Com um formato inédito no País, a 5ª edição do “Festival Internacional de Artes de Tiradentes – Artes Vertentes” acontece na histórica cidade mineira até o próximo dia 18 de setembro. A programação deste ano conta com mais de 50 atividades de artes visuais, música, literatura, artes cênicas e cinema. Este formato, presente desde a criação do evento, em 2012, pretende possibilitar um rico diálogo entre diversas culturas, artistas e linguagens artísticas.
Na foto, a atriz Teuda Bara no espetáculo “Doida”
Com curadoria de Luiz Gustavo Carvalho, o tema desta edição é o “Elogio à Loucura”, em referência ao trabalho da psiquiatra alagoana Nise da Silveira, que se opôs às formas agressivas de tratamento aplicados a esquizofrênicos, como o confinamento, o eletrochoque e a lobotomia.
“O fato de homenagearmos uma mulher em 2016 é muito simbólico no momento em que vemos uma tentativa de apagar a figura feminina na representatividade deste país. Além disso, a Nise foi uma das primeiras a acreditar que a arte poderia transcender o tratamento da loucura”, diz Luiz Gustavo Carvalho, curador e diretor artístico do festival, ressaltando que o evento acontece a apenas 50 km “da maior tragédia que a sociedade mineira viu no século XX”: o Hospital Colônia, em Barbacena.
Além da histórica Tiradentes, a edição deste ano se estenderá também à cidade de São João del-Rei, onde o público poderá contemplar 19 obras do artista plástico Fernando Diniz, que participou durante décadas dos ateliês de pintura dirigidos pela psiquiatra Nise da Silveira.
O festival terá ainda obras de Arthur Bispo do Rosário, também ex-paciente de Nise, que passou décadas na colônia Juliano Moreira (RJ), onde viveu por meio século sob a condição de “esquizofrênico-paranoico”. Entre suas obras, merece destaque a impactante “Cadeira e Correntes”, vista apenas na Bienal de São Paulo, em 2012.
Para saber mais sobre o “Festival Internacional de Artes de Tiradentes – Artes Vertentes” acesse: www.artesvertentes.com
Fontes: Divulgação / O Tempo (MG)