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E o destaque do noticiário internacional de outubro foi…

EUA registram mais de 500 ataques em massa, desde o atentado na Boate Pulse, em junho de 2016. 

Enquanto isso, o Brasil contabiliza mais de 28 mil mortes somente no primeiro semestre deste ano.

Stephen Paddock, discreto contador aposentado, americano branco de 64 anos, matou 59 pessoas e feriu quase 500 em um ataque na cidade de Las Vegas, enquanto milhares assistiam a um festival de música country. Morava na cidade de Mesquite em Nevada, aproximadamente a uma hora e meia de Las Vegas. Era rico e costumava jogar videopôquer em cruzeiros. Segundo a família, ganhou muito dinheiro investindo em imóveis. Uma pessoa aparentemente tranquila, que não tinha afiliação partidária ou religiosa, descrito por sua namorada como um “homem carinhoso”.

Paddock possuía muitas armas, todas adquiridas legalmente. Entre elas, alguns rifles que foram modificados por um dispositivo -também comprado de forma legal- que os transformavam em metralhadoras. Duas dessas armas foram encontradas no quarto do 32° andar do hotel Mandalay Bay, todas apoiadas em tripés e miradas para fora das janelas de vidro, que foram quebradas por ele provavelmente com um martelo. Ao todo, haviam 23 armas com Paddock no hotel e mais 19 foram encontradas em sua casa.

Diferentemente do Brasil, qualquer cidadão americano pode comprar um rifle sem autorização em uma loja de departamento nos Estados Unidos. Os americanos sempre tiveram uma relação muito forte com as armas. Uma pesquisa exibida pelo Jornal Hoje da Rede Globo, indica que 30% deles possuem ao menos uma arma e, 26% afirmam andar armados o tempo todo. Entre o último ataque a tiros em massa do país, contra clientes da boate Pulse em Orlando em junho de 2016 e o ataque do dia 01/10, foram registrados 521 outros ataques, com 585 mortes e mais dois mil feridos.

O presidente americano Donald Trump, declarou seu apoio aos defensores de armas em um discurso na Casa Branca, em abril desse ano. “Vocês têm um verdadeiro amigo na Casa Branca” ele disse durante Conferência Anual da NRA (Associação Nacional de Rifles da América, na sigla em inglês), que aconteceu em Atlanta, na Geórgia. “Vocês me apoiaram, eu vou apoiar vocês”.

Durante esse período, houve mais de cem tentativas de aprovação de leis de controle de posse de arma no Congresso americano, nenhuma aprovada. O lobby pró-armas tem uma força muito grande no país e dificulta a aprovação de leis de controle, sendo a NRA sua maior representante. No ano passado, Trump, então candidato à presidência, recebeu uma doação de US$33 milhões e os senadores republicanos mais US$20 milhões da NRA. Os critérios atuais para a posse de arma variam de acordo com o Estado e, no momento, a Associação defende através de uma lei federal, que se torne válido nacionalmente o registro emitido por um Estado americano.

No Brasil, apenas um colecionador com autorização especial pode comprar um fuzil. Porém, o retrato de mortes por arma de fogo no país, possui números tão elevados quanto em regiões que estão em guerra declarada. Segundo dados das Secretarias Estaduais de Segurança Pública, o país registrou 28 mil casos de homicídios apenas no 1° semestre desse ano, uma média de 155 assassinatos por dia. Houve um aumento de 6,79% em comparação com o ano anterior o que indica que o país pode voltar a registrar 60 mil casos anuais.

Texto escrito pela estagiária Daniele Candido, sob supervisão de Priscila Basilio

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